https://securepubads.g.doubleclick.net/gampad/adx Jornal Fique Sabendo Bom Despacho : Fundação Bill & Melinda Gates pretende criar vaso sanitário sustentável

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Fundação Bill & Melinda Gates pretende criar vaso sanitário sustentável

Desenvolver novas tecnologias para o processamento de dejetos humanos sem qualquer ligação a linhas de água, energia ou esgoto é o principal objetivo da Fundação Bill & Melinda Gates, que anunciou a intenção de custear uma pesquisa para tornar os vasos sanitários mais sustentáveis.

A missão de reinventar o vaso sanitário caberá a um grupo de cientistas e engenheiros da Universidade de Tecnologia de Delft, na Holanda, sob a coordenação do professor Georgios Stefanidis.

"Vamos aplicar a tecnologia de micro-ondas para transformar os dejetos humanos em eletricidade. A partir desta inovação, pretendemos idealizar o design e construir um protótipo modular para um banheiro completo que satisfaça as urgentes necessidades do mundo em desenvolvimento", explicou Stefanidis.

Inicialmente, os dejetos humanos serão secos. Em seguida, os resíduos sólidos serão gaseificados utilizando plasma, criado por micro-ondas em um reator apropriado. Este processo vai gerar o chamado gás de síntese, uma mistura de monóxido de carbono (CO) e hidrogênio (H2). O gás de síntese será então usado para alimentar um conjunto de células de combustível de óxidos sólidos (SOFC: solid oxide fuel cell) para a geração de eletricidade.

"Para que o processo seja energeticamente autossuficiente, parte da eletricidade produzida será usada para ativar a gaseificação a plasma, enquanto o calor recuperado do fluxo de gás de síntese e dos gases de escape das células de combustível será usado para a secagem dos resíduos", especificou o pesquisador.

Saneamento básico

Como o projeto é voltado para atender às necessidades dos países em desenvolvimento, uma das exigências é que o banheiro sem água e sem esgoto possa ser construído a custos acessíveis. A relatora especial das Nações Unidas, Catarina de Albuquerque, elogiou a Fundação Bill e Melinda Gates por tentar “reinventar o vaso sanitário”. Mas, segundo ela, somente o uso das novas tecnologias não irá resolver a crise de saneamento básico e da falta de acesso à água, enfrentada pelo mundo.

De acordo com dados da ONU, 2,6 bilhões de pessoas vivem atualmente sem esgoto tratado em todo o mundo. Na avaliação de Catarina de Albuquerque, o grande desafio de soluções baseadas em software é fazer com que as pessoas utilizem os recursos tradicionais. Ela pediu ainda a todos os países que têm problemas com saneamento básico a aumentarem o acesso das pessoas aos serviços de esgoto.

A relatora ressaltou que é preciso melhorar as medidas de educação e promoção de higiene pessoal, incluindo a lavagem das mãos. Ela também lembrou que o saneamento e a higiene são passos importantes para diminuir a mortalidade infantil, e que a promoção do saneamento básico é um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) que estão mais atrasados. Para ela, novas ideias são vitais para fazer com o que mundo cumpra a meta de reduzir em 50% o número de pessoas vivendo sem acesso a esgoto tratado até 2015.

Portal Eco

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