Quatro em cada cinco
adolescentes no mundo são sedentários, especialmente as meninas, informou estudo
revelado na sexta-feira (22) pela Organização Mundial da Saúde (OMS),
elaborado entre 2001 e 2016, em 146 países. No Brasil, a situação é pior: 84%
de jovens entre 11 e 17 anos não praticam uma hora diária de atividade física,
conforme recomendação da OMS.
De
acordo com o estudo, uma das causas desta tendência é a “revolução digital”. O
documento foi publicado pela revista The Lancet Child & Adolescent
Health.
Para
calcular o número de adolescentes sedentários, a OMS analisou pela primeira vez
dados reunidos entre 2001 e 2016, envolvendo 1,6 milhão de estudantes de 146
países. Em todo o mundo, 81% dos jovens entre 11 e 17 anos escolarizados não
cumpriram a recomendação de uma hora diária de atividade física em 2016,
registrando uma ligeira queda em relação a 2001 (82,5%). A situação atual é
muito mais preocupante entre as meninas, 85%, do que entre os meninos, 78%.
Os
primeiros dados sobre tendências globais em termos de atividade física
insuficiente entre adolescentes mostram a necessidade de medidas urgentes para
aumentar os níveis de atividade física entre meninas e meninos dos 11 aos 17
anos de idade. O documento conclui que mais de 80% dos adolescentes em idade
escolar em todo o mundo - especificamente, 85 % de meninas e 78% de meninos -
não atingem o nível mínimo recomendado de uma hora de atividade física por dia.
A
diferença entre a porcentagem de meninos e meninas que atingiram os níveis
recomendados em 2016 excedeu 10 pontos percentuais em aproximadamente um em
três países (29%, ou seja, em 43 dos 146 países), e as maiores diferenças foram
registradas nos Estados Unidos da América e na Irlanda (mais de 15 pontos
percentuais). Na maioria dos países considerados no estudo (73%, ou seja, em
107 de 146), observou-se um aumento nessa diferença de gênero entre 2001 e
2016.
Atividade
física
De
acordo com o documento, os níveis de atividade física insuficiente observados
entre os adolescentes permanecem extremamente altos e isso representa um perigo
para sua saúde atual e futura. "É necessário adotar medidas regulatórias
urgentes para aumentar a atividade física e, em particular, promover e manter a
participação das meninas", diz a Dra. Regina Guthold (OMS), autora do
estudo.
Dentre
os benefícios à saúde de um estilo de vida fisicamente ativo na adolescência,
vale destacar a melhora da capacidade cardiorrespiratória e muscular, a saúde
óssea e cardiometabólica e os efeitos positivos no peso. Da mesma forma, há
evidências crescentes de que a atividade física tem um efeito positivo no
desenvolvimento cognitivo e na socialização. Os dados atualmente disponíveis
indicam que muitos desses benefícios permanecem até a idade adulta.
Para
alcançar esses benefícios, a OMS recomenda que os adolescentes pratiquem
atividade física moderada a intensa por uma hora ou mais por dia.
Ag. Ebc Brasil
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