O movimento CHEGA DE SILÊNCIO é uma mobilização que está acontecendo nos Hospitais Filantrópicos em todo o Brasil, tendo sido idealizado pela entidade nacional de representação CMB – Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Brasil e com o apoio de todas as Federações dos Hospitais nos Estados, como a Federassantas. Uma vez que a preocupação em manter o trabalho das Santas Casas e hospitais filantrópicos, tem, agora, outro alerta: tramita na Câmara Federal, com votação prevista para os próximos dias, o projeto de lei nº 2564/20, originário e aprovado no Senado Federal, instituindo o piso salarial da enfermagem. Sendo que o impacto da proposta para os hospitais filantrópicos que prestam serviços ao SUS é estimado em R$ 6,3 bilhões, porém, no texto da lei não é indicado nenhuma alternativa de financiamento, o que traz o sentimento de desespero do setor em como arcar os custos, caso a matéria for aprovada.
“Não somos contrários ao projeto, muito pelo contrário, os hospitais valorizam todos os profissionais de saúde e somam esforços com as categorias profissionais na busca por uma fonte de receita que possibilite o financiamento de remunerações mais justas. Mas a nossa realidade torna o cumprimento desse projeto insustentável e estabelecendo-se definitivamente a falência dessas instituições’’, fala o presidente da CMB, o Sr. Microcles Véras.
A CMB representa cerca de 1.824 hospitais filantrópicos, dispondo os mesmos de 169 mil leitos hospitalares, 26 mil leitos de UTI e atendem a mais de 50% de média complexidade do SUS e 70% de alta complexidade. Portanto, diante deste cenário financeiro alarmante que se configura como a maior crise da história, esta entidade mobilizou as federações de hospitais e instituições de todo o Brasil para série de ações, a partir do último dia 19 de abril, quando houve uma paralização simbólica e reagendamento de procedimentos eletivos em todos os hospitais filantrópicos do pais.
É de suma importância salientar que desde o início do plano real, em 1994, a tabela SUS e seus incentivos foi reajustada, em média, em 93,77%, enquanto o INPC (Índice de Preços do Consumidor) foi em 636,07%, o salário-mínimo em 1.597,79% e o gás de cozinha em 2.415,94%. “Este descompasso brutal representa R$ 10,9 bilhões por ano de desequilíbrio econômico e financeiro na prestação de serviço ao SUS, de todo o segmento’’, pontua o presidente da CMB. “Desta forma, se não houver políticas imediatas, consistentes, de subsistência para estes hospitais, dificilmente suas portas se manterão abertas e a desassistência da população é fatal’’, salienta o mesmo.
Para que isso não ocorra, as Santas Casas e hospitais filantrópicos requerem a alocação de recursos na ordem de R$ 17,2 bilhões, anualmente, “em caráter de urgência urgentíssima, como única alternativa de assunção das obrigações trabalhistas decorrentes do projeto lei 2564/20, assim como para a imprescindível adequação ao equilíbrio econômico e financeiro no relacionamento com o SUS”, preconiza o presidente da CMB.
A CMB lançou no dia 13 de abril de 2022, um abaixo assinado para colher assinaturas em prol da campanha. Para realizar a assinatura, basta somente apontar a câmera do celular no QR Code desta reportagem.
Reforçamos que a Santa Casa de Bom Despacho apoia o projeto de lei nº 2564/20, que visa instituir o piso salarial da enfermagem. Sendo que a nossa luta é em prol da adequação do financiamento das Santas Casas e hospitais filantrópicos visando à adequação dos valores deficitários atualmente existentes.
Fonte: https://setorsaude.com.br/na-maior-crise-da-historia-setor-filantropico-lanca-campanha-chega-de-silencio/
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