No verão, uma das doenças que tem aumento no número de casos é a
conjuntivite, infecção que aparece na conjuntiva, a membrana que recobre a
parte branca do olho.
A mais comum é a causada por vírus, que é mais resistente, circulando
com mais facilidade no ar por causa das altas temperaturas e umidade nesta
época do ano e também em ambientes fechados.
“A gente pega mais fácil por contato direto. Se a pessoa coloca a mão no
olho, dá a mão para outra pessoa, aí acaba pegando a conjuntivite. Mas pode
pegar até pelo ar”, disse a integrante do Conselho Brasileiro de Oftalmologia
(CBO), Cristina Dantas. Piscinas são grandes focos de contaminação.
Em Caldas Novas, cidade turística de Goiás conhecida pelos clubes e
piscinas de águas termais, registrou alta de casos da doença neste início de
ano. O coordenador do Núcleo de Vigilância Epidemiológica da Secretaria
Municipal de Saúde, José Custódio Neto, estima aumento em torno de 40% em
relação ao mesmo período do ano passado.
Aumento de casos
O coordenador informou que estão sendo feitas notificações e coleta de
material junto com técnicos do Ministério da Saúde para verificar se os casos
são virais ou causados por bactérias.
Além dos fatores climáticos, o movimento nos parques aquáticos cresceram
30% em comparação ao ano passado. “Mais gente aglomerada junta nos parques
aquáticos, mais crianças”, alerta Custódio.
Em Corumbá (MS), a cidade já registrou 378 casos, contra menos de 100 em
janeiro de 2017. O período chuvoso, somado à maior aglomeração por causa das
férias e à má higiene, podem ter provocado esse surto, segundo o secretário
Municipal de Saúde, Rogério Leite.
Pelas redes sociais, a secretaria alerta a população sobre quais
providências devem ser tomadas e servidores das unidades de saúde foram
capacitados. “Os casos que os médicos da ponta não conseguem resolver são
direcionados aos nossos especialistas”, disse Leite, acrescentando que o ápice
do surto ocorreu há duas semanas.
Saiba mais sobre a conjuntivite:
O que é a doença?
A conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, uma membrana que reveste a
parte da frente do globo ocular e também o interior das pálpebras. Pode ser
alérgica, viral ou bacteriana. Nos dois últimos casos, é contagiosa.
Quais são os sintomas ?
Coceira, olhos vermelhos e lacrimejantes, com sensação de areia ou
ciscos, secreção amarelada (quando causada por uma bactéria) ou esbranquiçada
(quando causada por vírus), pálpebras inchadas e grudadas ao acordar e também
visão borrada.
A doença pode acometer um ou ambos os olhos de uma semana a 15
dias.
Como é o contágio?
A conjuntivite alérgica acomete mais crianças, não é contagiosa e é
provocada pelo ácaro. A viral e a bacteriana são transmitidas pelo contato
com as mãos, secreção ou objetos contaminados, como maçanetas, toalhas e água
de piscina, em especial morna e com pouco cloro. Em ambientes fechados e com
grande circulação, como escolas ou ônibus, o risco de contaminação aumenta. As
duas são diferenciadas somente por meio de exame oftalmológico.
A viral, geralmente, ataca os dois olhos e a secreção é esbranquiçada. A
conjuntivite bacteriana dá em um olho só, com secreção mais amarelada ou
esverdeada.
Como evitar?
Evite coçar os olhos em locais com grande aglomeração, como piscinas e
academias. As mãos e o rosto devem ser higienizados com frequência.
Quem estiver doente deve lavar as mãos com frequência, trocar fronhas de
travesseiros e toalhas diariamente, preferir toalhas de papel na hora de
enxugar o rosto e evitar compartilhar produtos para os olhos, como delineador e
rímel.
Como é o tratamento?
No caso da conjuntivite viral, não existe tratamento específico. A
médica Cristina Dantas recomenda o uso de compressas frias ou geladas e
aplicação de colírio lubrificante gelado várias vezes por dia para aliviar.
Para a bacteriana, o tratamento é com colírio antibiótico. É recomendado
lavar os olhos e fazer compressas de água gelada, filtrada e fervida, ou soro
fisiológico. Nos casos mais graves, a córnea pode ser perfurada.
A conjuntivite alérgica é tratada com colírio antialérgico. No caso das
crianças, a médica alerta para necessidade do tratamento, pois as chances de
uma úlcera ou ferida na córnea são maiores.
Sempre procure um oftalmologista para o diagnóstico correto.
Ag. Brasil