https://securepubads.g.doubleclick.net/gampad/adx Jornal Fique Sabendo Bom Despacho : MOZART FOSCHETE

MOZART FOSCHETE



                      Mozart Foschete

Poleiro do Chantecler – o ferrinho do dentista

 
BANHO DE SANGUE NA VENEZUELA?

Meus caros, raros e fieis leitores,

 Já percebi que tenho muito mais curtidores de minhas crônicas quando elas tratam de coisas e da gente de nossa Bom Despacho. Quando escrevo sobre política – principalmente a nível nacional – meu “ibope” cai. Mas, mesmo sabendo disso, vez por outra gosto de escrever sobre assuntos da política nacional mais com o objetivo de informar meus leitores dos grandes problemas que estão ocorrendo e que, mais cedo ou mais tarde, podem afetar a todos nós ou aos nossos filhos e netos.
 Não sei se vocês estão acompanhando este entrevero do ditador Maduro, da Venezuela, com o governo brasileiro, mas vejam bem: primeiro, na semana passada, o ditador venezuelano, prevendo uma possível derrota nas eleições do próximo domingo, declarou num comício, em alto e bom som, num tom de ameaça: “-Se a oposição vencer, nós teremos um banho de sangue na Venezuela!” Mas, como assim? Será que ele quis dizer que ele não vai aceitar o resultado e, se necessário, porá as forças armadas em estado de guerra? 
 
A declaração de Maduro foi tão estapafúrdia que até o governo Lula – eterno fiel aliado de ditadores esquerdistas - manifestou estranheza e preocupação com o que ele disse. Maduro não esperava por essa. Ao contrário, imaginou que receberia apoio e a solidariedade do seu aliado brasileiro. Mas Lula, macaco velho que é, achou por bem não dar apoio ao amigo. Ainda que no fundo, no fundo, ele até que gostaria de dar esse apoio, ele percebeu que politicamente tinha de condenar aquelas declarações. Vitima de inúmeras críticas ao seu (des)governo, ele houve por bem ser mais prudente, percebendo que daria chance a muitas críticas da oposição e, especialmente da imprensa que, mesmo sendo lulista não só por interesse financeiro de suas direções mas, também, por ter em seus quadros de jornalistas uma ampla maioria de esquerdistas, não poderia dar apoio a essas declarações alarmantes daquele ditador.

Essa manifestação do governo Lula em desfavor do governo venezuelano chegou ao conhecimento do Maduro que, de imediato, retrucou com voz ferina: “-O Brasil não pode vir e criticar as eleições venezuelanas. Afinal, suas urnas eletrônicas e suas votações não são auditadas!”

Ser auditadas quer dizer: ser conferidas e checadas. Não sendo auditáveis, que quiser que acredite no resultado eleitoral divulgado pelo augusto e acima de qualquer suspeita – o Tribunal Superior eleitoral. 

A primeira reação a estas declarações partiu do próprio TSE que, sentindo-se ofendido, de cara suspendeu o envio de uma comissão brasileira para acompanhar in loco a lisura das eleições venezuelanas, conforme estava acertado previamente entre os dois países. Vários países vão enviar suas comissões para, na medida do possível, checar a lisura daquelas eleições. Mas, diante de tal entrevero, o Brasil – quer dizer, o TSE - decidiu, em represália, não enviar seus “fiscais” para a Venezuela – o que só agradou o ditador Maduro que deve ter pensado:”-Oba, menos um aqui para me fiscalizar e me encher o saco!”

Mas, como isso aqui continua sendo Brasil, o presidente Lula decidiu, apesar de todos esse senões, enviar um representante do governo brasileiro para acompanhar aquelas eleições ainda que não com esse o objetivo explícito de fiscalizar as eleições mas apenas para prestigiar o amigo ditador. E o representante escolhido por Lula foi o ex-embaixador e seu ex-ministro de Relações Exteriores – Marco Aurélio – um reconhecido militante da esquerda. 
Ora, mandar um representante esquerdista acompanhar as eleições de um país de regime também de esquerda, é o mesmo que colocar a raposa para fiscalizar e tomar conta do galinheiro. Por mais incorretas e ilegais que sejam as eleições no país vizinho, o representante brasileiro, pela sua posição política, jamais irá fazer um relatório condenando as práticas ilícitas cometidas pelo governo ditatorial da Venezuela. 

Diante desse quadro, só nos resta torcer para que as eleições sejam limpas e que o seu resultado seja respeitado, qualquer que seja o ganhador. Nada de banho de sangue. Isso não é próprio de nós sulamericanos. Mesmo não sendo muito ligado às coisas da religião, eu digo que seria bom rezar. Pode até não ajudar, mas nunca se sabe.

 Chantecler

3 comentários:

  1. Meu Deus... Obrigada pelo primeiro presente do nosso dia!!! Adorei cada frase e fui conversando com vc a cada palavra. Gostaria de dar pitaco, com concordando e agradecendo a cada palavra, mas ao afinal teria escrito um outro texto. Portanto fica aqui o meu simples obrigada por todo o texto e em especial ao nosso dia.

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  2. Estimado e admirável amigo Mozart, triste e desanimadora constatação: sempre soube que os políticos no formato atual existem apenas para atender seus próprios interesses e carreira política, excelente abordagem e proposta. Utópica a pretensão, porém, penso que, infelizmente, qualquer mudança só ocorrerá pelo rompimento institucional, pois a alternativa de mudança de mentalidade no formato da composição parlamentar nunca ocorrerá por decisão democrática...,eis que, conforme bem abordado no seu artigo, vai contrariar interesses daqueles que não largam a teta...

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  3. Em 2010 houve uma capitalização histórica na Petrobrás (emissão de ações novas adquiridas por investidores por 70 bilhões de dólares, um recorde mundial) para investimentos no pré-sal (governo não tinha o dinheiro para isso).
    Quem comprou Petrobrás ON (ordinárias) pagou R$ 29,65; PN (preferenciais) pagou R$ 26,30, isso em 2010.
    Com o petrolão o ticker PETR4 deu prejuízo de 22 bilhões em 2014, 35 bilhões em 2015, 13 bilhões em 2016. Pagou bilhões de dólares para encerrar processos nos EUA por causa da corrupção e falhas de governança.
    Nesse tempo as cotações das ações chegaram a valer R$ 4,24 (ON) e R$ 3,03 (PN), prejudicando muita gente que investiu na capitalização com FGTS (a regra no Brasil é achar que investidor é milionário, megaespeculador, aproveitador, quando muitos são pequenos investidores individuais fugindo dos péssimos produtos empurrados por bancos).
    A partir de 2017 voltou a operar com lucro, mas o PAYOUT (parcela do lucro líquido para remunerar acionistas) foi nula de 2014-2017 e continuou bem baixa até 2020. Em 2021 e 2022 tem havido lucros históricos e proventos têm sido pagos aos acionistas, sobretudo ao Governo Brasileiro, acionista majoritário (deveria usar esse dinheiro para bancar contrapartidas sociais, mas tem preferido falar contra os acionistas). Nos últimos 12 meses o Dividend Yield chegou a 40,47% ou R$ 11,55 por ação (que custa hoje R$ 28,53).
    Em suma, apareceu um dinheirinho após um prejuízo histórico aos investidores que os "fôrmas de fazê lubisomi" do governo começarem a culpar os investidores, quando o próprio governo fica com a maior parte da grana.
    Aliás, é bom lembrar que o perfil do investidor brasileiro está mudando, com cada vez mais pessoas físicas abrindo conta em corretora e comprando ações, fundos imobiliários, BDR's, ETF's. Hoje os investidores CPF são 5 milhões; em 10 anos isso deve mais que dobrar, já que os bancões pensam nos pequenos investidores como público tomador de empréstimos e pagador de altas tarifas e juros.

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