https://securepubads.g.doubleclick.net/gampad/adx Jornal Fique Sabendo Bom Despacho : MOZART FOSCHETE

MOZART FOSCHETE



                          Mozart Foschete


Poleiro do Chantecler – crônicas do cotidiano de BD


AH SE EU FOSSE O PRÓXIMO PREFEITO...


(artigo revisado)


Meus caros, raros e fieis leitores,


Não sei se vocês sabem mas, há uns quatro ou cinco anos atrás, estimulado por uns amigos, eu cheguei a pensar na hipótese de me candidatar a prefeito de Bom Despacho. Vejam que audácia esta minha. Como me identifico muito com nossa cidade – que, não me canso de dizer, ainda é o melhor lugar para se viver – eu imaginava que, como prefeito, eu poderia fazer coisas que certamente iriam melhorar muito a vida de todos. Mas, depois, acabei desistindo dessa ideia. Achei que estava ficando velho e deveria dar meu lugar para pessoas mais jovens, com mais pique.


Tinha ideias, algumas mirabolantes, outras nem tanto. Imaginava, por exemplo, conseguir recursos lá em Brasília, onde tenho alguns contatos, para construir um “senhor” hospital ali em algum lugar da Avenida Dr. Roberto. Um hospital que fosse referência médica para todas as cidades de nosso entorno, moderno, com todas (ou quase todas) as especialidades médicas, com UTI e pronto socorro. Seria, talvez, a grande obra de minha gestão.


Mas, tinha ideias menores, mais simples, mais fáceis de se realizarem. Todos percebem, por exemplo, que nossa cidade está muito feia e mal cuidada. Isso vem de alguns anos. Nem parece mais a cidade “sorriso”. Então, na minha gestão, eu trataria de embelezar nossas ruas e, especialmente, melhorar e urbanizar mais as nossas praças, tornando-as um local onde as pessoas pudessem se encontrar para tomar sol, para descansar, para conversar e onde os pais pudessem levar suas crianças para brincar. Em cada uma delas, eu faria jardins, construiria um coreto, colocaria alguns bancos, cobertas, e iluminação apropriada, bem ao estilo e modelo dos “Parklets” criados em São Francisco, Califórnia. Estimularia alguém a instalar uma lanchonete com refrigerantes, pasteis, pães de queijo, empadinhas, coxinhas, balas e bombons. Essas coisas de Minas. Só de pensar me dá água na boca. Contrataria um urbanista só pra isso, claro.


Ademais de tudo isso, há duas obras que, embora pareçam simples, iriam melhorar a vida de muita gente. A primeira seria a construção de um grande banheiro público ali naquela área da Praça da Matriz, próxima do Banco do Brasil, onde tem um paredão, sabem onde? Ali bem atrás dos coqueirinhos. Uma área que, hoje, não tem nenhuma utilidade para a população. Às vezes fico imaginando o problema enfrentado principalmente por senhoras e crianças em dias de eventos como na Semana Santa, nas festas populares e nos desfiles cívicos, por não disporem de um local público para fazerem suas necessidades. Esta ideia eu já dei pra vários prefeitos. Nenhum a levou adiante.


A segunda obra seria a construção de um velório ali na Praça Inconfidência junto ao cemitério velho. Não ocuparia muito espaço da praça e evitaria que enterros atravessassem a cidade toda desde o cemitério novo até o velho cemitério.


Ah, e plantaria árvores por todos os lados. Bom Despacho só tem sombra debaixo das marquises. Árvores ao longo das ruas e em todas as praças. Ia ser uma beleza. Dinheiro para isso? No Ministério do Meio Ambiente, certamente.


Claro que não poderia descuidar dos setores da saúde e da educação. Estas são áreas prioritárias de qualquer administração municipal. Prioritárias e rotineiras. Cuidar da saúde e da educação é uma atividade permanente e inerente à prefeitura.


Na área administrativa, faria uma limpeza geral nesta parafernália de legislação introduzida por aquele ex-Alcaide, que burocratizou e dificultou e até inibiu em demasia a vida de todos os empreendedores de nossa cidade. Simplificação, entre outros, do código de obras, da regulamentação ambiental, do código de posturas, do serviço de transporte escolar e da avaliação de desempenho dos servidores. Eliminaria muitas das taxas descabidamente criadas por ele para “pagamento” de serviços que a prefeitura tem obrigação de prestar à comunidade, especialmente para o funcionamento do comércio e na área ambiental.


Tinha, também, na cabeça, várias medidas para reduzir o peso do IPTU para, principalmente, as pessoas de mais baixa renda. Mas, não dá pra explicitar isso aqui.


E não posso deixar de registrar que na minha ex-futura administração municipal, a minha rua voltaria a ser chamada pelo seu nome original: Rua do Céu. Pode não ser importante pra muita gente, mas, pra nós que somos de lá, é.


Seriam estas a principais medidas que eu tomaria para que Bom Despacho se tornasse um lugar cada vez melhor pra se viver. Mas, talvez pra sorte de muita gente, ser prefeito de Bom Despacho pra mim, hoje, está totalmente fora de cogitação. Ser prefeito é coisa para gente mais jovem, cheia de gás. Pitigrilli, um escritor italiano do início do século passado, disse certa vez: “-Em política, como no amor, é preciso ser jovem para tentar um golpe de Estado!” Ele sabia o que dizia.


O nosso próximo prefeito, se quiser, pode adotar algumas dessas propostas. Não vou cobrar “direitos autorais.”


Ah, e tem mais: embora possa não significar muito, vou dar meu voto e meu apoio ao candidato que se comprometer a construir o banheiro público e o velório que mencionei acima.


Chantecler

4 comentários:

  1. Meu Deus... Obrigada pelo primeiro presente do nosso dia!!! Adorei cada frase e fui conversando com vc a cada palavra. Gostaria de dar pitaco, com concordando e agradecendo a cada palavra, mas ao afinal teria escrito um outro texto. Portanto fica aqui o meu simples obrigada por todo o texto e em especial ao nosso dia.

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  2. Estimado e admirável amigo Mozart, triste e desanimadora constatação: sempre soube que os políticos no formato atual existem apenas para atender seus próprios interesses e carreira política, excelente abordagem e proposta. Utópica a pretensão, porém, penso que, infelizmente, qualquer mudança só ocorrerá pelo rompimento institucional, pois a alternativa de mudança de mentalidade no formato da composição parlamentar nunca ocorrerá por decisão democrática...,eis que, conforme bem abordado no seu artigo, vai contrariar interesses daqueles que não largam a teta...

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  3. Em 2010 houve uma capitalização histórica na Petrobrás (emissão de ações novas adquiridas por investidores por 70 bilhões de dólares, um recorde mundial) para investimentos no pré-sal (governo não tinha o dinheiro para isso).
    Quem comprou Petrobrás ON (ordinárias) pagou R$ 29,65; PN (preferenciais) pagou R$ 26,30, isso em 2010.
    Com o petrolão o ticker PETR4 deu prejuízo de 22 bilhões em 2014, 35 bilhões em 2015, 13 bilhões em 2016. Pagou bilhões de dólares para encerrar processos nos EUA por causa da corrupção e falhas de governança.
    Nesse tempo as cotações das ações chegaram a valer R$ 4,24 (ON) e R$ 3,03 (PN), prejudicando muita gente que investiu na capitalização com FGTS (a regra no Brasil é achar que investidor é milionário, megaespeculador, aproveitador, quando muitos são pequenos investidores individuais fugindo dos péssimos produtos empurrados por bancos).
    A partir de 2017 voltou a operar com lucro, mas o PAYOUT (parcela do lucro líquido para remunerar acionistas) foi nula de 2014-2017 e continuou bem baixa até 2020. Em 2021 e 2022 tem havido lucros históricos e proventos têm sido pagos aos acionistas, sobretudo ao Governo Brasileiro, acionista majoritário (deveria usar esse dinheiro para bancar contrapartidas sociais, mas tem preferido falar contra os acionistas). Nos últimos 12 meses o Dividend Yield chegou a 40,47% ou R$ 11,55 por ação (que custa hoje R$ 28,53).
    Em suma, apareceu um dinheirinho após um prejuízo histórico aos investidores que os "fôrmas de fazê lubisomi" do governo começarem a culpar os investidores, quando o próprio governo fica com a maior parte da grana.
    Aliás, é bom lembrar que o perfil do investidor brasileiro está mudando, com cada vez mais pessoas físicas abrindo conta em corretora e comprando ações, fundos imobiliários, BDR's, ETF's. Hoje os investidores CPF são 5 milhões; em 10 anos isso deve mais que dobrar, já que os bancões pensam nos pequenos investidores como público tomador de empréstimos e pagador de altas tarifas e juros.

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  4. O professor Mozart é muito didático. Sempre falo que as aulas de economia do professor Mozart qualquer pessoa entende. Aproveito a oportunidade para parabenizar o professor Mozart pelo dia do professor.

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