Os atendimentos de emergências cardiovasculares nos hospitais do Brasil
são 82,2% maiores do que aqueles em que uma cirurgia ou procedimento é agendado
com antecedência. A conclusão está no levantamento realizado pela Sociedade
Brasileira de Cardiologia (SBC). A pesquisa mostra que os homens, acima dos 60
anos, predominam nos atendimentos.
No ano passado, houve 1.130.692 de internações por doenças
cardiovasculares, das quais 929.528 (82,2%) foram de urgência. A
incidência de pacientes do sexo masculino é maior: 84% foram internados em
caráter de emergência, enquanto o mesmo tipo de procedimento envolveu 79%
de mulheres.
Para o coordenador do Centro de Treinamento em Emergências
Cardiovasculares da SBC, Sergio Timerman, há uma demanda excessiva nos
atendimentos hospitalares. “Não podemos esquecer que uma pessoa que entra num
hospital de forma emergencial, normalmente, fica hospitalizada por um tempo
maior.”
Faixa etária
A pesquisa mostra que há um aumento no número de atendimentos, conforme
a idade avança e uma porcentagem maior nos atendimentos de emergência. “[Há] um
pico nos atendimentos entre 60 e 69 anos”, disse o cardiologista. Essa faixa
etária somou 235 mil atendimentos de urgência em 2017.
Outro dado do levantamento da SBC aponta que a taxa de mortalidade
aumenta, em média, quatro vezes nos atendimentos emergenciais em comparação aos
eletivos, sem contar as milhares de pessoas que morrem em casa, sem chegar aos
hospitais.
Segundo a SBC, o Brasil registra 360 mil mortes por doenças
cardiovasculares todos os anos, sendo a principal causa de mortes no país.
Investimentos
“Precisamos investir em prevenção cardiovascular e ainda ampliar o
número de profissionais de saúde e de pessoas leigas em conhecer as manobras de
ressuscitação. Menos de 2% das vítimas chegam com vida aos hospitais”, diz
Timerman, em nota.
O médico afirmou ainda que muitos pacientes não sobrevivem no caminho de
casa até o hospital. “Elas acabam morrendo no caminho ou na própria residência,
sem atendimento até a chegada da ambulância. Em muitas cidades americanas, com
treinamento e atendimento adequado, esse índice de sobrevida passa dos 70%.”
O cardiologista orienta que o atendimento via 192 é a melhor alternativa
quando há suspeita de parada cardíaca para iniciar as manobras de ressuscitação
imediatamente. "São 10 minutos entre a vida e a morte. Uma pessoa com
parada cardíaca, a cada minuto sem atendimento, perde 10% de chance de
sobreviver."
Ag. Ebc Brasil
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