O golpe da promessa de emprego continua a
fazer vítimas em Minas Gerais. Embora não seja incomum, esta armadilha
permanece como uma prática de golpistas, que se aproveitam de momentos de
dificuldade e fragilidade das pessoas para agir. Como resultado, a vítima,
ludibriada, acaba por realiza pagamentos, mesmo sem ter condições financeiras.
O operário Rafael Vieira, 27, por exemplo, está entre as vítimas recentes.
Desempregado há nove meses, ele foi atraído por uma falsa vaga em empresa de
ônibus, em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). “A
vaga era para cobrador. Porém, eu tinha que pagar R$ 100 para a taxa de
admissão”, conta.
Para a sorte de Rafael, no entanto, o ofertante José Izaias de Oliveira, 43, já
estava sob investigação da Polícia Civil de Minas Gerais, justamente por suspeita de
aplicar o golpe do falso emprego. Para detê-lo, a corporação montou uma
operação para monitorar por telefone uma negociação que envolvia o suspeito e o
operário. No momento da negociação de emprego, o suspeito foi preso em
flagrante pelo crime de estelionato e Rafael recuperou a quantia transferida.
Jovens na mira
A delegada Silvia Helena de Freitas diz estar acostumada a receber reclamações
de pessoas enganadas por golpistas. Inclusive, muitos jovens acabam sendo alvos
preferenciais, por estarem à procura do primeiro emprego. “As abordagens aos
jovens acontecem ainda nas portas das escolas. Os jovens são convencidos a
assinar um contrato, com pagamento antecipado e o emprego não vem”, relata.
De acordo com a delegada, este contrato oferecido pelos golpistas seria, na
verdade, para realização de um falso curso para ajudar as pessoas a conquistar
as vagas que também não existem. Segundo ela, é bastante comum, nessas
situações, a constituição de uma com a finalidade apenas de dar calote nas
pessoas. “Por isso, a recomendação é a de sempre pesquisar sobre a empresa nos
órgãos de proteção ao consumidor, para saber se existem reclamações”, orienta.
Atenção redobrada
Outro ponto chave que precisa ser observado, segundo a delegada, é a exigência
de pagamento prévio em troca de emprego. “O candidato deve desconfiar sempre da
cobrança antecipada”, alerta.
Qualquer pessoa que estiver participando de um processo de seleção e notar
alguma irregularidade pode fazer uma denúncia na Superintendência Regional de
Trabalho e Emprego do Ministério do Trabalho e Emprego ou procurar o Ministério
Público do Trabalho, que investigará o caso.
Se mesmo assim, a pessoa for enganada por uma empresa com a falsa promessa de
emprego, a recomendação é registrar Boletim de Ocorrência e ajuizar uma ação
para tentar reaver o valor pago. “Neste caso, configura crime contra as
relações de consumo e cabe penalidade”, diz. A pena para este tipo de crime
varia de 2 a 5 anos em regime fechado, além de multa.
Encontre no lugar certo
No Mais Emprego, especificamente, o trabalhador pode fazer o seu cadastro
online, sem a necessidade de comparecimento a uma unidade física do SINE. É possível,
ainda, que o trabalhador verifique uma oportunidade de emprego e, caso se
enquadre no perfil da vaga, encaminhe-se, gratuitamente, para o processo
seletivo diretamente na empresa.
Ag. Minas