O financiamento de
veículos novos caiu 9,9% no ano passado, segundo balanço divulgado na última
quinta-feira, 16, pela Associação
Nacional das Empresas Financeiras de Montadoras (Anef). Ao longo do ano
passado, foram liberados R$ 80,2 bilhões em empréstimos para aquisição de
veículos, ante R$ 92 bilhões em 2015. O crédito para compra de carros, motos e
caminhões vem sofrendo sucessivas quedas nos últimos ano. Em 2012, o volume de
recursos liberado para esse tipo operação foi R$ 118,6 bilhões.
A taxa de
inadimplência dos financiamentos de veículos para pessoas físicas registrou
alta de 0,4 ponto percentual em 2016, chegando a 4,6%, abaixo do índice geral
de crédito, que ficou em 6% no ano passado. Para pessoas jurídicas, o índice de
atraso no pagamento acima de 90 dias também subiu 0,4 ponto percentual e chegou
a 5%.
Os números são
resultado da crise econômica e da alta do desemprego, diz o presidente da
Anef, Gilson Carvalho. Para este ano, no entanto, ele afirma que a tendência é
de reversão do quadro. “Temos mais condições de melhora do que de piora. Quando
se olha para o que está acontecendo, as propostas de governo, mudanças
microeconômicas e algumas macroeconômicas, nota-se que a gente está muito mais
para o positivo do que para o negativo.”
A melhora, no
entanto, não será imediata, ressalta Carvalho. Segundo ele, o desemprego ainda
deve subir um pouco antes de entrar em tendência de queda, o que torna difícil
os consumidores honrarem compromissos financeiros. “Acredito que possa piorar
um pouquinho, mas esse pouquinho acaba se revertendo após a metade do ano.
Existe uma pressãozinha de inadimplência.”
Com a expectativa
de crescimento de até 1% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e
serviços produzidos pelo país), a associação estima que o volume de recursos
liberados para financiamento de veículos cresça 5% este ano 2017 e chegue a R$
86,7 bilhões.
Motos
As restrições ao
crédito afetaram mais fortemente o setor de motos, como ressaltou o
vice-presidente de Motocicletas da Anef, Ricardo Tomoyose. “O volume total de
motocicletas vendidas retornou aos níveis de 2006”, disse, em referência às 998
mil unidades novas comercializadas ao longo do ano passado.
“Embora os bancos
de montadoras tenham evoluído bastante e financiado muito mais em 2016, não foi
suficiente para deter a queda no volume total de motocicletas vendidas”, disse
Tomoyose. Os financiamentos foram responsáveis por 34% das aquisições de motos
no ano passado, ficando atrás dos consórcios, que responderam por 36%, mas
acima das vendas à vista que representaram 30%.
AG. BRASIL