Radares,
sinais com registro de avanço, multas mais duras. Mesmo com tanta fiscalização,
motoristas ainda insistem em cometer infrações que põem risco a própria vida e
a dos outros. Exemplo disso são os pneus “perucados”. Vendidos de má fé como
remoldados ou de meia vida, na verdade são um improviso perigoso.
Na
prática, borracheiros colocam uma capa de borracha para cobrir as partes
gastas. O problema é que essa espécie de ‘peruca’ interfere na estabilidade do
veículo e ainda pode soltar e causar acidentes graves. O que seduz são os
preços. Colocar a peruca custa 40% do valor de um pneu novo.
José
Nathan, presidente do Sindicato Interestadual dos Caminhoneiros, admite ter
passado aperto com um pneu desse tipo. Ele fez a troca em uma borracharia de
beira de estrada e seguiu viagem. O caminhoneiro carregava madeira de Guanhães
para Brasília e, enquanto passava pelo Véu da Noiva, sentiu uma explosão.
O
pneu que ele havia comprado cedeu de repente, obrigando-o a fazer uma manobra
arriscada para que não capotasse. Mesmo assim, toras com cerca de 200 quilos
caíram na pista. Uma senhora e uma criança que estavam na calçada foram
arremessadas com a explosão. “Foi sorte ninguém ter morrido. Quem compra pneu
sem saber a procedência está arriscando e, na estrada é tudo mais perigoso”,
afirma.
Nathan
agora prefere investir em pneus novos, mas conta que ainda há quem se
arrisque. Há cinco anos ele presenciou um acidente com “os perucados”.
“Um casal estava em uma motocicleta na BR 381, próximo a Betim, quando o
veículo bateu em uma carcaça. Eles morreram na hora”, conta o caminhoneiro, que
acompanha de perto o assunto desde que sofreu com os “perucados”.
De
acordo com o tenente do Batalhão de Polícia
Militar Rodoviária (PMR/MG), Geraldo Donizete, a parte emborrachada
desse tipo de pneu cede com o aumento de temperatura ou variação de velocidade.
A carcaça pode se desprender na via e causar acidentes.
“Não
vale a pena este tipo de economia. A possibilidade de acidentes é enorme.
Isso sem contar que fazer este tipo de intervenção é crime. A utilização de
pneus irregulares pode render cinco pontos na carteira e multa de R$ 127,60”. Por outro lado, a
manutenção periódica dos pneus originais garante a segurança de seus usuários,
oferecendo rendimento e economia de combustível para motos, automóveis e
caminhões.
Ag. Minas
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