O período do verão – entre dezembro e março – exige maior cuidado dos
brasileiros em relação aos acidentes com escorpiões, já que o clima úmido e
quente é considerado ideal para o aparecimento desse tipo de animal peçonhento,
que se abriga em esgotos e entulhos. A limpeza do ambiente e a adoção de
hábitos simples, de acordo com o Ministério da Saúde, são fundamentais para
prevenir picadas.
No ambiente urbano, a orientação para evitar a entrada de escorpiões em
casas e apartamentos é usar telas em ralos de chão, pias e tanques, além de
vedar frestas nas paredes e colocar soleiras nas portas. Os cuidados incluem
ainda afastar camas e berços das paredes e vistoriar roupas e calçados antes de
usá-los. Já em áreas externas, a principal dica é manter jardins e quintais
livres de entulhos, folhas secas e lixo doméstico.
Também é importante manter todo o lixo da residência em sacos plásticos
bem fechados para evitar baratas, que servem de alimento e, portanto, atraem os
escorpiões. Outra recomendação é manter o gramado sempre aparado, não colocar a
mão em buracos, embaixo de pedras ou em troncos apodrecidos e usar luvas e
botas de raspas de couro na hora de manusear entulhos e materiais de construção
e em atividades de jardinagem.
O ministério não recomenda o uso de produtos químicos como pesticidas
para o controle de escorpiões. “Estes produtos, além de não possuírem, até o
momento, eficácia comprovada para o controle do animal em ambiente urbano,
podem fazer com que eles deixem seus esconderijos, aumentando a chance de
acidentes”, informou.
Populações mais
expostas
Os grupos considerados mais vulneráveis são trabalhadores da construção
civil, crianças e demais pessoas que permanecem grande parte do tempo dentro de
casa ou nos arredores e quintais. Nas áreas urbanas, também estão sujeitos a
picadas trabalhadores de madeireiras, transportadoras e distribuidoras de
hortifrutigranjeiros, que manuseiam objetos e alimentos onde os escorpiões
podem estar escondidos.
Acidentes
A maioria dos acidentes com escorpiões, segundo a pasta, é leve, com
quadro de início rápido e duração limitada. Nessas situações, a pessoa
apresenta dor imediata, vermelhidão, inchaço leve por acúmulo de líquido e
sudorese localizada, com tratamento sintomático.
Crianças abaixo de 7 anos têm mais chance de apresentar sintomas como
vômito e diarreia, principalmente quando picadas por escorpião-amarelo, que
pode levar a casos graves e requer a aplicação do soro em tempo adequado.
As recomendações incluem ir imediatamente ao hospital de referência mais
próximo e, se possível, levar o animal ou uma foto para identificação da
espécie. Limpar o local da picada com água e sabão, de acordo com o ministério,
pode ser uma medida auxiliar, desde que não atrase a ida ao serviço de saúde.
A lista de hospitais de referência
para utilização do soro antiescorpiônico pode seracessada aqui.
Números
Dados do ministério mostram que, em 2018, foram contabilizados
141,4 mil casos de acidentes com escorpiões no Brasil. Em 2017, foram 125 mil
registros. Os números, de acordo com a paasta, ainda são preliminares e serão
revisados. Em 2016, foram 91,7 mil notificações. Em relação às mortes, 115
óbitos foram registrados em 2016 e 88 em 2017.
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