A paralisação dos caminhoneiros afetou a
arrecadação de impostos da indústria em junho, e ao longo do ano o impacto
poderá ser sentido em outros setores da economia, segundo avaliação do chefe do
Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, auditor-fiscal
Claudemir Malaquias.
Em junho, houve queda de 6,67% na produção industrial, na comparação com
o mesmo período de 2017, influenciando a arrecadação de Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI). “Essa retração está diretamente relacionada com a
paralisação dos caminhoneiros, em maio de 2018”, diz a Receita, na análise
sobre a arrecadação. Em junho, o IPI registrou queda de 14,28% na comparação
com igual mês de 2017.
De acordo com Malaquias, ainda é prematuro tentar avaliar a dimensão do
impacto da greve na arrecadação de tributos, uma vez que parte dos efeitos
ainda não foram sentidos e serão “dispersos” entre os tributos ao longo do ano.
“Cada atividade vai se recuperar em um ritmo. Algumas vão experimentar alguma
perda até o final do ano”, explicou.
Outro efeito da greve ocorreu na arrecadação da Contribuição de
Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre o diesel, no caso das importações
do combustível. Na negociação do governo com os caminhoneiros, a alíquota da
Cide sobre o diesel foi zerada. Com isso, a arrecadação desse tributo caiu
22,88%, em junho. “Esse resultado decorre, especialmente, da redução da
alíquota incidente sobre o diesel, para zero que, no mês de junho de 2018,
afetou somente a arrecadação do diesel nas operações de importação”, diz a
Receita.
Segundo Malaquias, 20% do óleo diesel consumido no país é importado. O
efeito da alíquota zerada no mercado interno só será observado nos dados que
serão divulgados em agosto. “Em relação à venda no mercado interno, o fato
gerador só ocorreu em junho. Vamos apresentar isso no mês que vem”, disse.
Fonte: Ag. Ebc Brasil
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